sábado, 13 de outubro de 2012

Atlas


Faça. Não faça. Continue. Volte atrás. Sua mente oscilava entre o ir e não ir. Entre o arriscar e deixar. A porta do elevador se fechava, ele pressionava o botão de numero nove . Primeiro andar, mais oito andares acima e seu mundo iria mudar. As possibilidades refletiam como espelhos em meio à nebulosa luz da noite. As partículas de água eram expelidas por entre os poros, seu rosto escorria suor.
Era necessário ficar calmo, não era? Talvez o nervosismo deixasse sua mente alerta e alerta ele precisava estar, pois em seis andares ele teria que abandonar sua maneira de ser e se tornaria aquilo que nunca esperou precisar. Não foi fácil: nunca é, mas havia chegado ao cume da escuridão. Tudo se tornara desnecessário e o supérfluo já não o mantinha confiante.  Confiança era algo que perderia nos últimos dois andares, agora faltavam quatro. Tentou trazer imagens reconfortantes à mente: seu primeiro beijo, seu teddy bear. . .Tosco! O que era aquilo agora se não uma irrelevante sensação de felicidade projetada por uma memória que valia menos que sua unha do pé? Sétimo andar. Sentiu sua confiança despedaçar-se no chão como uma taça que foi largada por alguém tendo um aneurisma cerebral. Nono andar, o timbre da chegada, nono andar, sem alguém e sem um lar. A porta começa a abrir.
                                                                                                                          -Nick

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