quarta-feira, 29 de maio de 2013

Espaço Tempo Finito

Era uma Quarta-feira, chovia muito.
Lucas entra em casa, cabisbaixo. Como se o apartamento não lhe pertencesse. Vai até o telefone e checa se há alguma mensagem. Ele é um dos poucos seres humanos que ainda faz isso. Lucas solta sua maleta na mesa e se deita no sofá. Ele é desconfortável. Uma peça que o incomoda há muito tempo, mas não é como se seu trabalho estivesse indo bem o suficiente para dar-se ao luxo de consertar esse problema que parecia miserável comparado aos os outros.

Vamos recomeçar. Ele estava tendo um dia ruim. Não é como se sua vida inteira houvesse sido um desperdício, o que não significa que se pudesse ressaltar algo de magnífico.
Após meia hora, Lucas levanta do sofá e vai até a geladeira.
Vazia. Freezer então.
Esse continha duas lasanhas quatro queijos de uma marca tão conhecida quanto o nome daquela parte de plástico no final do cadarço. Ele coloca uma deles para esquentar. O micro-ondas mostram que são 21:22 e ele sente uma pontada no coração. Foi algo passageiro, nada que não fosse normal ou que nunca houvesse acontecido antes.

A lasanha fica pronta e ele começa a comê-la. Tenta se lembrar de quando foi a última vez que comeu algo decente.
Não consegue.
O pensamento de que esta miserável noite esta acontecendo apenas por ser o meio da semana passa pela sua mente, mas no fundo ele sabe que se fosse sexta ou sábado estaria acontecendo provavelmente a mesma coisa. Ele termina e vai para o quarto. Liga o computador e se alivia um pouco.
Não ajuda.

Ele deita na cama e demora até conseguir dormir. Até não pensar em mais nada.
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Era uma Quarta-feira, um típico dia de primavera. Não estava nem muito frio, nem muito quente. Havia uma brisa gostosa que circulava pelo ar.
Lucas e Irene entram em casa. Os dois carregam compras e ajeitam tudo na cozinha. Ela lhe conta como foi seu dia; como sua companheira Luisa estava indo no seu novo namoro; sobre o cliente Sul-africano que fez sua visita semestral e como ela estava com vontade de ir jantar na costa no final de semana, como eles fizeram a dois meses atrás. Lucas sorri. Conta como havia sido um dia normal na empresa. Os projetos estavam no prazo, mas seu colega Gustavo havia ficado doente esta semana, então ninguém poderia se dar ao luxo de deixar algo escapar até que ele voltasse. Ele já havia telefonado e desejado melhoras.

Juntos preparam o jantar. Algo simples, já que é apenas o meio da semana.
Assim que eles terminam Irene liga a Tv e se ajeita no sofá para ver a novela. Ela o chama, mas ele responde que precisa responder alguns E-mails antes.

Lucas vai para o quarto. Checa os nove novos E-mails que recebeu. Ele é um dos poucos seres humanos que ainda faz isso. Vê o horário no computador. 21:22. Ele sente uma pontada no coração. Estranha. Nada sério, porém que incomodou. Havia feito seus exames quatro messes atrás, não tinha muito com o que se preocupar.
Volta para a sala e assiste o resto da novela com Irene. Ela termina e eles assistem a um filme que estava passando em outro canal. Aparecem os créditos e os dois vão logo dormir. É mais um dia pela frente amanha. 
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É uma Quarta-feira, está frio. Apesar do clima tranquilo das outras semanas, esta veio com uma frente fria que, segundo os jornais, iria durar até Domingo.
Lucas escuta a briga entre o casal que mora no apartamento a sua frente antes de entrar. “Deve ser a semana para isso”, ele pensa enquanto entra em casa rapidamente. Fecha a porta e da um longo suspiro, mas o ar parece gasto. A casa não parece muito feliz em recebê-lo. É exatamente ao entrar que ele se pergunta o que faz ali. Tudo o lembra dela. As paredes. A mesa de jantar. As cortinas e até os porta-retratos com fotos em que ela não aparece. Objetos que ele havia adquirido muito antes de conhecê-la, agora se encontravam impregnados.

Ele se arrasta lentamente pela parede até sentar no chão. Sente como se estivesse caindo infinitamente num poço. Um lugar que, se fosse possível, ia ficando mais e mais escuro a cada metro que adentrava. Ele se sentia destruído, abalado. Nunca antes tivera uma relação tão sólida ou um término tão destrutivo. Ele não gostava de pensar que amar é um problema quando não se é recompensado. Ele é um dos poucos seres humanos que ainda pensa assim. Carol fazia muita falta. Haviam se passado apenas três dias, mas eles foram o suficiente para mostrar que a partida era para sempre.
Seu celular começa a tocar. É André, seu grande amigo, ligando provavelmente para chama-lo para sair no meio da semana, apenas para coloca-lo para cima. André é um bom amigo com boas intenções, mas Lucas não se da ao trabalho de atender. Ele desliga o telefone e deita por completo no chão. O poço é interminável.

Já esta na hora que ele costuma jantar, mas só de pensar em mover-se já lhe traz um enjoo. Ele começa a sentir mais frio. Olha para o relógio para ver quanto tempo se passou dessa atuação adolescente que ele vinha efetuando. São 21:22. Ele então sente uma pontada no coração. Parece muito pior do que realmente pode ser. Morrer agora simplesmente iria fazê-lo chegar no fundo daquele poço.
Ele se levanta, esquece todo o trabalho que tem pendente e vai direto para a cama. Ter pesadelos de como o dia de amanha será exatamente igual.  
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Era uma Quarta-feira, estava abafado. Era de longe o dia mais quente da semana, talvez do mês.
Lucas chega em casa suando um pouco. Abre as janelas, mas arrepende-se e logo as fecha. Senta no sofá e vê seu gato. Melhor, o gato de Maria. Ele sempre parecia estar à espreita. Como se gravasse tudo que via e ouvia naquela casa para então entregar um resumo a uma agência de espionagem.  Ele não tinha problemas com o gato. Preferia cachorros, como os que tivera na sua infância, mas sabia que eles requeriam mais responsabilidade. O gato, naturalmente, sabia se virar e conhecia a casa até melhor do que ele. Nunca incomodava. Não havia porque criar problema.

No momento em que ele se levanta para ir até a geladeira, Maria abre a porta. Ela está usando um vestido florido, vermelho com branco, que comprara dois meses atrás. Maria era uma mulher tão sexy que na sua presença, era como se o coração e a visão de Lucas não fossem aguentar tanto e teriam de explodir.  Ela mantinha aquele charme inconfundível independente da roupa, ou da ausência dela. Ela entra e lhe da um beijo. Pergunta brevemente como foram essas últimas horas, já que eles haviam almoçado juntos, e fala que trouxe sushi para jantarem. “Nada melhor nesse calor”. Ele se alegra com essa notícia e juntos se sentam para comer.

Maria fala sobre os novos materiais que chegaram para sua loja e ele já programa ajudá-la com isso na Sexta-feira. O sushi está delicioso. É de um restaurante no final da rua que tem um preço ótimo e uma qualidade que não se pode contra argumentar.

Assim que terminam eles vão ao Sofá. Maria lhe da um beijo. Os hormônios no ar são esquentados pelo abafo que já se encontravam. Lucas percebe o gato, mais uma vez o encarando. Ele levanta Maria em seus braços e a leva ao quarto. Apaga as luzes. Ele é um dos poucos seres humanos que ainda faz isso. Lucas tira sua camiseta e ambos se deitam. A emoção progride, beijos calorosos por tudo, até que ele sente uma pontada no coração. Obriga-se a parar. Maria pergunta se está tudo bem. Ele diz que sim. Foi apenas um susto. Nada com que devesse se preocupar tanto. Vê a luz azul vinda de seu relógio na estante, que é a única coisa iluminada no quarto. São 21:22. Ele ignora o que quer que tenha sido e volta para ela. Os dois se entregam ao momento. Mais quente que aqueles lençóis, apenas o Sol.
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Era Quarta-feira, e estava apenas um pouco nublado. Nada de chuva, nem sequer muito frio.
Lucas entra em casa um pouco apressado. Abre a porta e corre para o banheiro. Efetua suas necessidades e então, já mais relaxado, se olha no espelho. Está com grandes olheiras. Havia trabalhado muito na última semana. Os prazos haviam se apertado e parece que tudo tinha se programado para ser entregue no final da semana. Nada impossível, só cansativo. Mais um par de dias trabalhando e tudo estaria bem. Passa uma água no rosto e vai em direção à cozinha.

Havia sobras do jantar de ontem que ainda tinham uma cara muito boa. Ele põe tudo no micro-ondas e, na espera, olha no freezer se ainda existe um pouco de sorvete para sua sobremesa. Mesmo sozinho, Lucas gostava de ter uma refeição até que completa. Ele era um dos poucos seres humanos que se preocupava com isso. Termina sua refeição e parte para o sorvete, até que sua campainha toca. Ele vai em direção à porta e mesmo já tendo quase certeza de quem é, pergunta.

“Sou eu, Lucas” diz Alina com uma voz muito triste. “Alina eu estou muito ocupado trabalhando, você precisa de algo?” “Eu só quero conversar” “Eu não tenho tempo agora, sério mesmo”, diz ele normalmente. Então ela começa a chorar. Ao ouvir os soluços, Lucas fita o chão com um sentimento repreensivo. Ele não deveria abrir a porta, mas não pode deixar alguém para fora naquela situação, independente de quem seja.
Alina entra e está com o rosto todo vermelho e inchado. Ela o abraça. Ele fica sem ação. “Calma”. Ele a leva em direção à cozinha e lhe oferece um copo de água. Ela aceita e enquanto bebe, vai se acalmando. “O que aconteceu?”. Ele realmente não se interessava, e não havia pergunta a ser feita. Ela agora passaria um bom tempo explicando algo tão simples como escrever seu nome em água. Começou o discurso de como ela não poderia mais viver assim, como ela precisava dele novamente, porque sozinha ela não estava conseguindo lidar e a vida era uma merda se empilhando por cima da outra. Alina estava tendo mais uma crise de depressão.

Alina na verdade era uma pessoa que tinha a vida como crise. Depressão é apenas uma palavra simples demais para descrever tudo que acontecia. “Alina. Você tem que superar isso, já tivemos essa conversa milhares e milhares de vezes. Já fazem cinco meses e você ainda assim continua batendo nas mesmas teclas. Nós não vamos voltar, desculpa. Não funcionamos, já deixamos isso bem claro. Já te levei a vários lugares para ter ajuda e lá você finge que quem tem algum problema sou eu. Parece que você gosta de fazer isso só para voltar. Já deu. Eu preciso trabalhar hoje.” “É que eu te amo!”, interrompe ela chorando mais do que no começo, parecendo que num daqueles soluços ela morreria. “Não diga isso. Você sabe que não é verdade, Alina. Chega.”, diz Lucas calmamente querendo encerrar a cena que iniciava. “Você não...”.

Então seu celular começa a tocar. É seu chefe e ele prometera ficar disponível a qualquer hora na semana por causa dos prazos apertados. Era obrigado a atender. Olha para ela tentando convencer “É urgente, já vou desligar”, e vai para a sala.
“Oi Mathias. Eu estou num péssimo momento agora, retorno a ligação em dez minutos e então posso resolver o que for. Se forem as tabelas, já vai me mandando por E-mail”, e desliga. Curto, porém educado.
Ele volta para a cozinha e vê Alina de cabeça para baixo. Aproxima-se e ela avança para lhe dar um beijo. Ele recua e grita para que ela se afaste. Ela avança chorando e então Lucas sente uma pontada no coração.

É algo sério.
Ela recua.

Ele vê sua faca de cozinha cravada perfeitamente entre as costelas. Sua boca se preenche com o gosto de sangue. Ele a vê chorando e gritando, mas a cada segundo sente que o volume está mais baixo. Ele vai para o chão. Soluça e cospe sangue. Faz questão de sujar as próprias mãos. Os gritos de Alina, por mais que irrelevantes aos ouvidos de Lucas, são capazes de acordar o condomínio inteiro. Ele sente frio e uma neblina invade sua visão.
Tudo vai ficando distante.

As paredes.
A vida.
Seu corpo cada vez mais e mais distante...

Eram 21:23 de uma Quarta-feira nublada em que, agora, chovia. 
                                                                                                   -Nick.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Acervo Nacional - Apenas o Fim


 O quão longe você acha que pode ir? Duvido que Matheus Souza soubesse a resposta.
Este filme não é simplesmente uma recomendação como todas as outras que fizemos aqui, pois mesmo considerando uma obra excelente, não acho que sozinha teria tanta importância a ponto de me levar a escrever esse texto (arrogância +8000).
 Em 2008, um universitário resolve escrever e dirigir um filme sem qualquer ajuda do governo. Esse tipo de historia tem tudo pra dar errado, mas não deu.
Ele pega uma câmera emprestada da faculdade, com a limitação de que câmera só pode ser transportada nas localidades do campus, ou seja, o roteiro inteiro teria que ser convertido pra outro ambiente. Assim mesmo com todas essas limitações e apenas com o dinheiro de uma rifa de Uísque (a qual o vencedor se quer veio buscar), Matheus Souza produziu um filme que o fez ganhar o festival de cinema do Rio De Janeiro e ser indicado a um festival em Rotterdam.
Como é de ser esperar Apenas o fim é um filme simples sem nenhuma ação e de 80 minutos recheados de diálogos e mais diálogos. Definitivamente não é um tipo de filme que agrada a todos os gostos.
Como não é de se esperar este filme retrata toda uma historia de amor com diálogos exemplares e com varias citações de cultura pop.
Altamente recomendável pela atuação excelente de Gregorio Duvivier, pela inspiração e pra mostrar que Glauber Rocha estava certo: pra fazer cinema só é necessária uma ideia na cabeça e uma câmera na mão.












                                                   - Kauwba
P.S.: este filme é realmente difícil de ser encontrado em locadoras (já que esta longe de ser uma produção mainstream). Então aqui vai um link caso queria assistir no Youtube (a qualidade de imagem é um merda), ou passe o mouse na imagem.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Acervo Nacional - Monstros!


O cinema mudo prova que não é necessário o uso de palavras pra conseguir uma forma de expressão que passe uma mensagem. Esse tipo de técnica limita a facilidade de criar algo, porém quando é bem feito torna-se impagável.
Monstros é uma historia em quadrinhos criada por Gabriel Duarte, que tem como inspiração principal as invasões de monstros a grandes metrópoles. Se você tem por volta de 18 anos ou menos, facilmente poderá relacionar esse tema ao programa Power Rangers, apesar dessa historia não se tratar de ninjas fantasiados defendendo cidades com seus Megazords. Essa nem e a influencia que Duarte diz ter, que seria Spectreman, porém nem eu nem (muito provavelmente) você conhecemos esse programa.
A trama é simples quase minimalista: Monstros das profundezas invadem Santos e isso resulta em pânico geral da população, todos tentam fugir abismados pelo medo, mas não Pinô: o humilde dono de um bar que mesmo sendo um homem já de idade, misteriosamente anda na direção das bestas. Sinto-me aqueles críticos exagerados dizendo isso, mas cada quadrinho é perfeitamente colocado assim criando uma obra que em minha opinião é irretocável.
Este livro é uma compra obrigatória a quem gosta de arte, sendo graficamente ou como uma maneira de contar historias. E merece, não só um espaço na sua prateleira, como também nas suas memorias mais alegres por mais que elas estejam esquecidas.
Realmente não existem palavras para descrever o quando esse livro é bom e digo isso também no sentido literal.

“Monstros!” pode ser encontrado nas melhores livrarias.
                                                                              -Kauwba.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Pastel Corajoso

Um herói que nunca foi visto antes,
Apenas em sonhos delirantes,
Quem ajudaria as empadas injustiçadas
E as frituras machucadas?
O Pastel Corajoso!
Nunca antes os empanados conheceram
Um campeão tão valoroso.

- J.Kley

domingo, 19 de maio de 2013

Get Lucky or Die Trying

Aproveitando o momento pré (ou pós) lançamento do novo álbum do Daft Punk, Random Access Memories pela Sony/Columbia Records nesta semana. Venho aqui abastece-los de cultura Pop e minha opinião após um dia inteiro ouvindo o álbum. 
 Aos que desconhecem, Daft Punk é uma banda formada pela dupla francesa Homem-Cristo e Thomas Bangalter em 1996. Eles tem quatro álbuns de estúdio (contando com o novo) e milhares de experiencias independentes de mixagem e a trilha sonora completa do filme Tron: O Legado (2010). 
Eu pessoalmente sou um grande fã de todo seu trabalho. Homework (1997). Discovery (2001). Human After All (2005). Tron Legacy OST (2010) e os remixes de seus próprios álbuns como Daft Club (2005). Tron Reconfigured (2011) entre outros. Sempre gostei de como esta banda de música eletrônica conseguia se diferenciar tanto das regras de estilo das outras. Sua mistura de uma variedade enorme de instrumentos com os sintetizadores e os vocais são anos luz de algo que possa ser chamado de música artificial. Daft Punk foi revolucionário. Eu considero Discovery um dos melhores álbuns da humanidade. Junto com o filme anime sem falas Interstella 5555 que tem apenas este Cd como acompanhamento musical (enfim).
Acompanho a saída do novo álbum Random Access Memories (2013) desde seus boatos e quando foi passado ao público, em Janeiro, os primeiros 15 segundos de seu futuro primeiro hit no álbum: Get Lucky. Quando ouvi aqueles pequeno pedaço de música eu admito que fiquei decepcionado. A expectativa de anos por um novo álbum de Daft Punk e a mídia que estava sendo produzida em volta dele, os segredos que a gravadora se preocupava em manter. As expectativas estava voando alto e para mim haviam acabado de colidir. Era fraco. Eram 15 segundos que não valiam toda aquela propaganda e eu esperei que não fossem os melhores 15 segundos de todo o álbum. 
Quando a gravadora liberou o primeiro hit (Get Lucky). Eu estava arrasado. E sei que entre a maioria dos fãns eu era um caso a parte. O álbum que já está em pré-venda no Itunes e tem lançamento mundial por esta semana (variando a data entre os países). Já chegou em minhas mãos portanto aqui vai uma visão mais detalhada de cada música. Com uma conclusão do álbum no geral. 

1- Give Life Back to Music, 4:34 - Uma entrada triunfal como era de se esperar pelo álbum, mas que é cortada pela revelação de um ritmo que não cativa. Dentro dos conceitos de álbum onde a primeira música deve explodir sua mente e e te fazer ouvir as músicas que estão por vir. Essa não cumpre o objetivo.
2 - The Game of Love, 5:21 - Uma música diferente, porém se mantem na base de Get Lucky. Não chama a atenção.
3 - Giorgio by Moroder, 9:04 - Está música da esperança ao resto do álbum. O começo onde é apenas uma reação feita por Giorgio Moroder é uma história simples que depois abre espaço para um instrumental eletrônico de qualidade. Lembra a música "The Grid" em na Trilha Sonora de Tron, onde Flynn (Jeff Bridges) mistura sua narração com um fundo musical. 
4 - Within, 3:48 - Começa como uma música pop, um tanto para baixo. O tipo de música que ouvimos em um dia chuvoso, entretanto ela se desenrola bem. 
5 - Instant Crush, 5:37 - Lembra um pouco, por estilo e não por imitação. A música Something About Us do álbum Discovery, um ritmo mais leve. Por consequência uma música muito boa. 
6 - Lose Yourself to Dance, 5:53 - O segundo e aclamado hit do álbum. Novamente vemos um riff muito similar ao de Get Lucky . Creio que apelaram demasiado para a voz aguda de Pharrell Williams. Só me fez duvidar mais em quem decide quais músicas serão ou não serão hits.
7 - Touch, 8:18 - Para estampar na cara de todos que neste álbum o Daft Punk decidiu ir para uma onde de música mais clássica. Temos pianos de orquestra mais presente que sintetizadores. Agora todos podem ser fãs de Elton John, Barry Manilow e Abba sem serem julgados. 
8 - Get Lucky, 6:07 - Serei curto e direto. É fraco, comum. Já ouvimos isto antes.  
9 - Beyond, 4:50 - Entrada de jornada épica de orquestra, propagandas de Final Fantasy e Jurassic Park voando pelos ares. Ainda mantém um Riff muito similar ao de Get Lucky (novidade), mas depois isso tudo se junta a uma boa levada do velho Daft e a música se mantem boa até o final. 
10 - Motherboard, 5:41 - Puro instrumental leve, o qual eles sabem fazer como ninguém. Toques de orquestra e sons literalmente oceânicos em certos momentos, mas que ainda não perdem o ritmo. Uma boa música.
11 - Fragments of Time, 4:39 - E quando finalmente abandonamos aquela pegada pop dos anos setenta, aqui está ela novamente. Uma música bem disco que acompanha belos solos de sintetizadores. 
12 - Doin' It Right, 4:11 - Existe um bom motivo para o Kraftwerk ser responsável pela revolução da eletrônica dos anos setenta e não o Daft Punk. O estilo vocal de Panda Bear nesta música já deveria estar em extinção. 
13 - Contact, 6:21 - Uma maneira incrível de encerrar o álbum. Realmente uma das melhores. Vai progredindo com aquele gosto de Daft Punk, que junta um ritmo de cada vez até no fim formar algo completo e extraordinário. 

Bem, ao meu ver Random Access Memories é uma tentativa de voltar as origens do que o Daft Punk chama de música Pop  e não Eletronic Pop. Ele tende mais à música clássica que a nova. O álbum conta com muitas participações, que variam de Pharrell Williams (Muppets OST) até Julian Casablancas (The Strokes) e uma orquestra completa. Agora sendo realista e direto, 70% do álbum é uma memória da mesma experiência musical. São músicas muito similares, mesmo que de diferentes estilos, elas acompanham a pegada de Get Lucky que eu já estou cansado de relembrar. Não foi o suficiente para eu perder minha fé em Daft Punk, porém foi o suficiente para me decepcionar. Nota: 6/10. 
Eu apenas espero uma boa trilha sonora para o próximo Tron. 

Sei que muito podem discordar de mim, mas eu peço que venham realmente falar. Eu adoraria ter uma segunda opinião sobre o álbum. Os que não conhecem Daft Punk, espero que vão atrás das referências que apresentei porque eles são realmente uma grande banda. Obrigado 
                                                                                         - Nick

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Você e Eu


Sou impaciente, incompreensível, ignorante, desleixado, injusto, despreocupado, invejoso e mais.
Reclamo que você nunca diz que me ama.
Reclamo porque você fala isso demais, já perdeu a emoção, tornou-se automático.
Penso somente em que atos podem me afetar.
Rio dos outros e sinto raiva de que riam de mim.
Não sou racista até que alguém de outra raça me roube.
Não sou homofóbico até que minha mulher vire lésbica.
Não sou religioso até não acreditarem no meu único deus.
Não sou ateu até me privarem de algo que gosto.
Odeio pessoas negativas por me colocarem sempre para baixo.
Odeio pessoas positivas por estarem sempre para cima.
Sou realista, até passar a odiá-los também por querer super-reagir a alguma situação.
Leio, escuto, visto, falo, sinto e ajo como eu quero que os outros pensem que sou.
Não ligo para o que pensam sobre mim, por pensar se ligam ou não para mim.
Grito por atenção, afinal qualquer propaganda é boa propaganda.
Odeio barulho de gente: mastigando, digitando, cantando músicas que não gosto...
Xingo por de trás.
Cometo o mesmo erro cinco, dez, vinte vezes e continuo cometendo porque não tenho noção de errado.
Chego ao ponto onde não sei se existe diferença moral entre imaginar e fazer.
Não ligo se não for meu, não é.
Apenas compreendo outro ponto de vista quando passo pela mesma situação. Antes eu não entendia, não queria entender e tinha raiva de que entendia.
Penso nas visualizações e não no conteúdo.
Vejo os filmes sempre olhando o relógio para assim que ele acabar eu poder falar que o vi.
Quando esse álbum vai acabar? Quero logo passar ao próximo.
Faço tanto aquilo que reclamo dos outros por fazerem que a palavra “hipócrita” perdeu o significado.
Sou um rebelde sem causa, um revolucionário sem solução.
De todos aqueles “In” e “Des” que eu sou, o maior de todos é indescritivelmente humano. Sou a representação do mundo e ele a minha.  
Sempre me falaram que o primeiro passo é admitir, mas nunca me contaram o segundo.
                                                                                            -Nick

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Detetive de Florianópolis "Teaser Trailer"


Finalmente, depois de 5 anos de produção e muitas brigas de elenco está chegando o grande blockbuster baseado no best seller "O Detetive de Florianópolis" de Jair Fransisco Hamms. Confira o primeiro "teaser trailer"abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=iBTzmHDOnJU

Dirigido pelo renomado e polêmico Kauwba, estrelado pelo mestre do overacting J.Kley  e editado pelo nosso parceiro de negócios e amigo João Batata.
O filme tem data de estreia para 20 de maio de 2013

Produção e distribuição: Studios 4x1 , Badger Productions e Groovy Films.