sexta-feira, 29 de março de 2013

Tinta no Papel


Deixe-me deixar isso bem claro: A internet não irá acabar. O mundo digital não irá desaparecer. Impressões não irão destruir as redes. É fácil esquecer que quando os livros foram inventados, sites e blogs simplesmente os ignoraram, riram e falaram que eram apenas para os “nerds”. E agora aqui nós estamos e os mesmos sites e blogs estão anunciando o fim da internet, enquanto a curiosidade e excitação que cercam as impressões em papel viajam através do mundo. Novas empresas têm até se apressado em criar modelos de jornais muito antes que um público tivesse aparecido para pagar por eles. Estamos agora em um mundo impresso.
Tem feito tantas mudanças nas nossas vidas que fica até difícil de lembrar o tempo antes das impressões, quando tudo era digital.  Ainda assim, esse é o único caminho para entender por que e como as impressões se tornaram tão importante tão rápido. 
Claro, quando as primeiras empresas começaram com os livros impressos, tudo não passava de uma mera imitação das experiências das telas e quase perfeitas reproduções da linguagem digital, sem nenhuma função ou essência. Pessoas que cresceram com os recursos digitais riram dessas novas interações, ignorando completamente a ideia de que as impressões poderiam ter um valor amais do que um simples eco da experiência de leitura digital. Eles nunca iriam ler um livro impresso. Simplesmente não era a mesma experiência com a qual eles haviam crescido.
Contudo, impressões começaram a chamar a atenção dos idosos e dos mais novos, pela sua simplicidade e pelas poucas demandas de interatividade que eram oferecidas, passou a ser fácil de compreender pela liberdade ilimitada que era garantida pelas propriedades físicas. O fenômeno de cadernos feitos a mão cresceu à medida que os adolescentes perceberam que com as impressões, as imagens poderiam ser recortadas, trocas, misturadas e ser pressas por cola formando colagens, sem se preocupar em estar quebrando direitos de autoria como nos aparelhos digitais, enquanto outros logo aprenderam que eles poderiam, nos cadernos, escrever qualquer coisa que desejassem, na privacidade de suas casas e sem um corretor ou uma plataforma que os limitasse, monitorasse ou até mesmo compartilha-se suas palavras.
As pessoas agora entendem que quando compram livros, elas realmente possuem o direito daquela edição pessoal na história. Não existem limitações com o que elas possam fazer com ele ou a ele. Não existem licenças, termos de condições de como se deve usar o livro após adquiri-lo. Ter um livro não requer nenhum tipo de contrato legal. Podemos destruir, emprestar, transcrever ou enviar nossos livros de um país a outro, de uma maneira que a internet não nos permite. Se desejarmos trocar nossos aparelhos digitais iremos precisar relicenciar “nossos” ebooks, filmes, músicas todas de novo, mas com livros não, eles se mantém acessíveis não importa como ou quando nós quisermos lê-los novamente. É uma plataforma totalmente aberta. Não é uma surpresa que as empresas digitais se sentiram ameaçadas com a inevitável chegada da era da impressão – Eles temiam como o conceito de Criador e Consumidor poderia ser recriado. Eles estavam certos em ter medo.
Ainda mesmo que existam pessoas que digam que as impressões poderiam nunca haver sido inventadas, que na era digital era tudo mais simples, tudo estava conectado e ao alcance de um clique. Fontes que te levavam a outras fontes, distrações em cima uma pilha de outras distrações. A toca do coelho nunca chegava, e nunca quisemos que chegasse.
Tudo que líamos era compartilhado em escala global, mas toda a informação tinha pouca ou nenhuma presença. Vivíamos em um rio onde apenas algumas gotas molhavam nosso rosto enquanto o resto fluía sem ser visto ou interrompido.
Hoje podemos dar um livro como presente para alguém que realmente gostemos. Podemos emprestar nossa cópia pessoal do texto. Podemos fisicamente colocar as histórias em suas mãos e suas casas de uma maneira muito mais pessoal e memorável. Ocupando espaço, tendo peso e texturas e utilizando até cheiros como parte de suas próprias histórias, livros tem impacto.
O melhor dos livros impressos é que nos ensina a como é alcançar e entrar em uma história, segurá-lo em nossas mãos, interagir com ele de maneira física e sentimental.
É uma época importante e maravilhosa para ser um autor, um contador de histórias, um designer e um leitor.
Vida longa as impressões. 

*Essa é uma pequena colagem de um manual  de design e conceito para novas publicações que eu adquiri a uns dias atrás, "Fully Booked". Me prendeu de muitas maneiras, era de certa forma o que eu estava precisando ler.   - Nick.

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