Faça. Não
faça.
Continue. Volte atrás.
Sua mente oscilava entre o ir e não ir. Entre
o arriscar e deixar. A porta do elevador se fechava, ele pressionava o botão
de numero nove . Primeiro andar, mais oito andares acima e seu mundo iria mudar.
As possibilidades refletiam como espelhos em meio à
nebulosa luz da noite. As partículas de água
eram expelidas por entre os poros, seu rosto escorria suor.
Era necessário
ficar calmo, não
era? Talvez o nervosismo deixasse sua mente alerta e alerta ele precisava
estar, pois em seis andares ele teria que abandonar sua maneira de ser e se
tornaria aquilo que nunca esperou precisar. Não
foi fácil:
nunca é,
mas havia chegado ao cume da escuridão. Tudo se
tornara desnecessário
e o supérfluo
já
não
o mantinha confiante. Confiança
era algo que perderia nos últimos dois andares,
agora faltavam quatro. Tentou trazer imagens reconfortantes à
mente: seu primeiro beijo, seu teddy bear. . .Tosco! O que era aquilo agora se
não
uma irrelevante sensação
de felicidade projetada por uma memória que
valia menos que sua unha do pé? Sétimo
andar. Sentiu sua confiança
despedaçar-se
no chão
como uma taça
que foi largada por alguém
tendo um aneurisma cerebral. Nono andar, o timbre da chegada, nono andar, sem
alguém
e sem um lar. A porta começa a abrir.
-Nick
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