Deixe-me deixar isso bem claro: A internet não irá acabar. O
mundo digital não irá desaparecer. Impressões não irão destruir as redes. É fácil
esquecer que quando os livros foram inventados, sites e blogs simplesmente os
ignoraram, riram e falaram que eram apenas para os “nerds”. E agora aqui nós
estamos e os mesmos sites e blogs estão anunciando o fim da internet, enquanto
a curiosidade e excitação que cercam as impressões em papel viajam através do
mundo. Novas empresas têm até se apressado em criar modelos de jornais muito
antes que um público tivesse aparecido para pagar por eles. Estamos agora em um
mundo impresso.
Tem feito tantas mudanças nas nossas vidas que fica até
difícil de lembrar o tempo antes das impressões, quando tudo era digital. Ainda assim, esse é o único caminho para
entender por que e como as impressões se tornaram tão importante tão
rápido.
Claro, quando as primeiras empresas começaram com os livros
impressos, tudo não passava de uma mera imitação das experiências das telas e
quase perfeitas reproduções da linguagem digital, sem nenhuma função ou
essência. Pessoas que cresceram com os recursos digitais riram dessas novas interações,
ignorando completamente a ideia de que as impressões poderiam ter um valor
amais do que um simples eco da experiência de leitura digital. Eles nunca iriam
ler um livro impresso. Simplesmente não era a mesma experiência com a qual eles
haviam crescido.
Contudo, impressões começaram a chamar a atenção dos idosos
e dos mais novos, pela sua simplicidade e pelas poucas demandas de interatividade
que eram oferecidas, passou a ser fácil de compreender pela liberdade ilimitada
que era garantida pelas propriedades físicas. O fenômeno de cadernos feitos a
mão cresceu à medida que os adolescentes perceberam que com as impressões, as
imagens poderiam ser recortadas, trocas, misturadas e ser pressas por cola
formando colagens, sem se preocupar em estar quebrando direitos de autoria como
nos aparelhos digitais, enquanto outros logo aprenderam que eles poderiam, nos
cadernos, escrever qualquer coisa que desejassem, na privacidade de suas casas
e sem um corretor ou uma plataforma que os limitasse, monitorasse ou até
mesmo compartilha-se suas palavras.
As pessoas agora entendem que quando compram livros, elas
realmente possuem o direito daquela edição pessoal na história. Não existem
limitações com o que elas possam fazer com ele ou a ele. Não existem licenças, termos de condições de como se deve usar o livro
após adquiri-lo. Ter um livro não requer nenhum tipo de contrato legal. Podemos destruir, emprestar, transcrever ou enviar nossos livros de um país a outro, de uma maneira que a internet não nos permite. Se desejarmos trocar nossos aparelhos
digitais iremos precisar relicenciar “nossos” ebooks, filmes, músicas todas de
novo, mas com livros não, eles se mantém acessíveis não importa como ou quando nós
quisermos lê-los novamente. É uma plataforma totalmente aberta. Não é uma
surpresa que as empresas digitais se sentiram ameaçadas com a inevitável chegada
da era da impressão – Eles temiam como o conceito de Criador e Consumidor
poderia ser recriado. Eles estavam certos em ter medo.
Ainda mesmo que existam pessoas que digam que as impressões
poderiam nunca haver sido inventadas, que na era digital era tudo mais simples,
tudo estava conectado e ao alcance de um clique. Fontes que te levavam a outras
fontes, distrações em cima uma pilha de outras distrações. A toca do coelho
nunca chegava, e nunca quisemos que chegasse.
Tudo que líamos era compartilhado em escala global, mas toda
a informação tinha pouca ou nenhuma presença. Vivíamos em um rio onde apenas
algumas gotas molhavam nosso rosto enquanto o resto fluía sem ser visto ou
interrompido.
Hoje podemos dar um livro como presente para alguém que
realmente gostemos. Podemos emprestar nossa cópia pessoal do texto. Podemos
fisicamente colocar as histórias em suas mãos e suas casas de uma maneira muito
mais pessoal e memorável. Ocupando espaço, tendo peso e texturas e utilizando
até cheiros como parte de suas próprias histórias, livros tem impacto.
O melhor dos livros impressos é que nos ensina a como é
alcançar e entrar em uma história, segurá-lo em nossas mãos, interagir com ele
de maneira física e sentimental.
É uma época importante e maravilhosa para ser um autor, um
contador de histórias, um designer e um leitor.
Vida longa as impressões.
*Essa é uma pequena colagem de um manual de design e conceito para novas publicações que eu adquiri a uns dias atrás, "Fully Booked". Me prendeu de muitas maneiras, era de certa forma o que eu estava precisando ler. - Nick.
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