Sou impaciente, incompreensível, ignorante, desleixado, injusto,
despreocupado, invejoso e mais.
Reclamo que você nunca diz que me ama.
Reclamo porque você
fala isso demais, já perdeu a emoção, tornou-se automático.
Penso somente em que atos podem me afetar.
Rio dos outros e sinto raiva de que riam de mim.
Não sou racista até que alguém de outra raça me roube.
Não sou homofóbico até que minha mulher vire lésbica.
Não sou religioso até não acreditarem no meu único deus.
Não sou ateu até me privarem de algo que gosto.
Odeio pessoas negativas por me colocarem sempre para baixo.
Odeio pessoas positivas por estarem sempre para cima.
Sou realista, até passar a odiá-los também por querer
super-reagir a alguma situação.
Leio, escuto, visto, falo, sinto e ajo como eu quero que os
outros pensem que sou.
Não ligo para o que pensam sobre mim, por pensar se ligam ou
não para mim.
Grito por atenção, afinal qualquer propaganda é boa propaganda.
Odeio barulho de gente: mastigando, digitando, cantando
músicas que não gosto...
Xingo por de trás.
Cometo o mesmo erro cinco, dez, vinte vezes e continuo
cometendo porque não tenho noção de errado.
Chego ao ponto onde não sei se existe diferença moral entre
imaginar e fazer.
Não ligo se não for meu, não é.
Apenas compreendo outro ponto de vista quando passo pela
mesma situação. Antes eu não entendia, não queria entender e tinha raiva de que
entendia.
Penso nas visualizações e não no conteúdo.
Vejo os filmes sempre olhando o relógio para assim que ele
acabar eu poder falar que o vi.
Quando esse álbum vai acabar? Quero logo passar ao próximo.
Faço tanto aquilo que reclamo dos outros por fazerem que a
palavra “hipócrita” perdeu o significado.
Sou um rebelde sem causa, um revolucionário sem solução.
De todos aqueles “In” e “Des” que eu sou, o maior de todos é
indescritivelmente humano. Sou a representação do mundo e ele a minha.
Sempre me falaram que o primeiro passo é admitir, mas nunca
me contaram o segundo.
-Nick
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